domingo, 30 de outubro de 2011

Afinal, quem inventou essa história de parto deitada?

Durante grande parte da história da humanidade a mulher deu a luz acompanhada de outras mulheres (parteiras) de cócoras ou sentada.

Em 1513, o médico alemão Dr. Eucharius Rosslin publicou o primeiro manual sobre gravidez para o grande público, “The Rose Garden for Pregnant Women and Midwifves”. Dividido em 12 capítulos, o livro ensinava como a mulher deve se portar durante e depois da gravidez, como retirar um feto morto da barriga, como o bebê se apresenta no útero (acreditava-se que o esperma masculino continha uma miniatura humana e que o corpo da mulher era um mero recipiente para o desenvolvimento do bebe), entre outros tópicos. Ele foi campeão de vendas por mais de 200 anos e foi traduzido em 5 línguas. É isso que conta o livro “Get Me Out – A History of Childbrith”, da jornalista norte-americana Randi Hutter Epstein.

Infelizmente, um dos maiores feitos do livro foi difamar as parteiras e dar início ao domínio masculino na sala de parto, já que o negócio se mostrava lucrativo entre as classes mais abastadas. As parteiras passaram a ser consideradas incultas e negligentes. Mas, sua reputação foi totalmente jogada na lama com o advento de instrumentos obstétricos, como a fórceps, obviamente desenvolvida pelo ala masculina.

Fórceps

Durante três gerações, praticamente o mesmo período em que o primeiro manual dominou o mercado literário sobre gravidez, uma família de médicos, de origem francesa na Inglaterra, foram os responsáveis por inventarem e implantarem o fórceps. Alguns livros de história atribuem a invenção ao médico francês Francis Mauriceau, mas diz-se que na verdade os Chamberlens tentaram vender a invenção para Mauriceau, mas a demonstração foi um fiasco, o útero da paciente rasgou e mãe e bebê não sobreviveram.

A propaganda era de que com a ferramenta, que só eles possuiam e sabiam usar, era possivel dar a luz mais facilmente e com segurança. A realidade não era bem assim. Mas a propaganda era boa e todas as mulheres inglesas com cacife, exigiam um Chamberlens. E por duas gerações eles trabalharam para a família real inglesa.

A popularidade dos Chamberlens foi o suficiente para colocarem as parteiras de escanteio e ter o mercado do parto dominado pelos homens, considerados mais cultos e sábios, por toda a Europa. Assim açougueiros e pseudo-médicos entraram na dança. Era de se imaginar que para facilitar o seu trabalho eles foram os responsáveis por tirar a mulher da posição natural de cócoras ou sentada e a colocaram deitada, contra a gravidade. Segundo a etiqueta da epoca os homens-parteiros nao podiam ver as partes íntimas da mulher, então a maioria dos partos passou a ser realizado debaixo de panos ou até mesmo de olhos vendados. Vixe-Maria!

Durante esse período da história a inquisição estava em seu auge e consequentemente as parteiras também foram alvo fácil para as acusações de prática de bruxaria. E ai se alguma fatalidade ocorresse durante um parto. Assim, muitas parteiras foram parar na fogueira. Diz-se que muitas dessas inquisições foram incentivadas pelos “parteiros”, na ganância de dominar o negócio lucrativo.

Só em 1813, o segredo do fórceps dos Chamberlens foi descoberto com a morte de seu último dono. O instrumento consistia de duas rudimentares colheronas, que eram colocadas uma de cada vez dentro da vagina segurando a cabeça do bebê, que então era puxado para fora. E assim, um dos segredos médicos mais bem guardados da história foi revelado.

Desde a era dos Chamberlens, até os dias atuais, o uso do fórceps desperta controversias. Ele já salvou muitas vidas e tirou outras. Teve momentos da historia em que ele foi rechadado e momentos em que ele foi amplamente usado e requisitado. Mas uma coisa é certa, ele foi o grande responsável pelo início da mecanização do parto e das intervenções cirúrgicas.

No final do século 19, dar a luz em maternidades passou o a ser a norma. A mentalidade machista da época insistia em açoitar as parteiras e convencer as mulheres de que elas estariam melhores nas mãos dos hospitais dominados por doutores. Entretanto, foi nesse período que o número de casos de mortes durante o parto atingiu o seu pico e ter um filho era como uma roleta russa. A grande maioria das mortes se dava devido a infecções. Ainda não havia conhecimento dos germes e ninguém se preocupava em lavar as mãos nos hospitais. Hoje se sabe que as mulheres que permaneciam em casa na hora do parto, na companhia de uma parteira, tinham melhores chances de sobreviver.

No entanto, o vínculo de dar a luz e morrer tomou proporções assustadoras e transformou o ato natural do parto em um momento de apreensão e medo. A mulher deposita no outro, geralmente o médico, a responsabilidade do parto. Ela quer garantias e não quer sentir dor. E foi ai que ela perdeu sua força, seu instinto animal, seu momento de êxtase.

Fontes:
“Get Me Out – A History of Childbrith”, Randi Hutter Epstein.
http://amandagreavette.blogspot.com/ - artista plástica e autora da imagem ao lado.

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Gisele fala sobre como foi dar a luz ao filho em casa

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Assista agora e repense sua vida "plastificada"

"BAG IT: Is your life too plastic?"

Esse é o trailer de um documentário maravilhoso, que de forma simples e sutil nos joga na cara o "nonsense" de todo esse plástico que consumimos e que vai acabar por nos consumir.
Queria ser uma programadora para inserir legendas em português, mas estou longe de ser...Entretanto, como certas coisas são universais, como a música, você não precisa falar inglês para entender a mensagem desse filme...



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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Não FVM: Pregadores e cabides decorados com esmalte de unha

Eu vi o Faça Você Mesma de pintar pregadores com esmalte no blog “A Beautifull Mess”. Fiquei empolgada e resolvi fazer o mesmo, mas com os cabides de madeira, que eu adoro. Eles são mais eficientes do que qualquer cabide de plástico, são clássicos e perfeitos para criar. Também pensei que seria uma ótima maneira de dar um fim em alguns esmaltes que rodeiam a minha vida há um bom tempo – eu sou daquelas que faz as unhas no máximo umas 5 vezes ao ano e acho super legal, parece que fiz uma tattoo.

Antes de começar o projeto, já havia escrito o texto do FVM na minha cabeça: Partiria da premissa de que todas as mulheres têm vários esmaltes na frasqueira. Não importa o peso, a idade ou classe social, esse é um fato que unifica todas as brasileiras. Também já sabia que seria um NO NO para as mulheres grávidas, cheiro super forte, tóxico. Mas poderia ser uma ótima idéia de presente de chá de bebê, adoro presentinhos com personalidade, feitos a mão e que contam uma história. Pois bem, dei início ao meu projeto FVM #2.

Peguei meus apetrechos e sentei na mesa da cozinha com o janelão e porta bem abertos. Já na pintura do segundo cabide, meu marido que estava por ali preparando “apple sauce” (purê de maçã), começou a reclamar do cheiro. Falei que ia passar rápido, fui persistente e terminei o terceiro cabide. Como eu mesma já estava ficando tonta, desisti dos cabides e resolvi pintar alguns pregadores mesmo, mais rápido, só para mostrar outras possibilidades (olha a eficiência). Logo que terminei sai correndo para o quintal para tomar ar fresco. Tive dor de estômago e dor de cabeça e 10 horas depois do feito ainda sinto os sintomas da intoxicação.

Nesse meio tempo também discuti com meu marido, que acha uma hipocrisia colocar no blog um FVM tão tóxico e em desacordo com a mensagem que eu quero passar. Não há como negar que vivo em contradição, aliás muitas delas, mas posso me dar o crédito de na maioria das vezes ter total consciência disso. No entanto, o que era para ser um singelo FVM virou a maior pesquisa “google” sobre o esmalte e seus componentes.

Os perigos do esmalte:
DBP (dibutyl phtalate).  Funciona como plastificador. Desregulador do sistema endócrino. Associado a casos de obesidade e diabetes. Banido na Europa desde 1976. Nos EUA, todos os grandes fabricantes de esmalte não usam essa substância desde 2006.

Tolueno.  É um solvente poderoso. Afeta o sistema nervoso. É facilmente absorvido pelos pulmões (40 a 60% do inalado). Níveis baixos ou moderados podem produzir cansaço, confusão mental, debilidade, perda da memória, náusea, perda do apetite e perda da visão e audição. Estes sintomas geralmente desaparecem quando a exposição termina.

Fufural. Tóxico por inalação e ingestão. Irritante das vias respiratórias. Tem efeitos cancerígenos.

Formaldeído. Grande culpado pela alergia aos esmaltes. Seu resultado comum é a dermatite (inflamação da pele). Por evaporar muito fácil, apresenta um risco maior para nossa saúde. Seu uso regular pode causar câncer. Irrita as mucosas, principalmente olhos e garganta. Faz muito mal para quem tem problemas respiratórios, como asma, rinite e sinusite.

E segundo a Proteste Associação dos Consumidores, que testou as principais marcas de esmaltes no mercado brasileiro, em abril de 2011, constatou que a grande maioria possui essas substâncias em concentrações muito altas. Apenas os esmaltes da Colorama e da linha hipoalérgica da Risque estavam de acordo com as normas européias. Mas isso não quer dizer que também não devam ser usadas com cautela.

A conclusão que tirei depois de ter servido de cobaia do meu próprio experimento é de que muitas vezes procuramos a causa de dores e sintomas que nos afligem em lugares obscuros, quando na verdade o perigo mora no vidrinho de esmalte, na cera de chão, no aromatizante de ambiente, nas pastilhas de espantar mosquito...

Ah! A minha filha adora pintar as unhas, aposto que a sua também. Cuidado! E quanto a idéia, opte por tintas menos tóxicas... urucum seria chiquérrimo!


Fontes:

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sábado, 22 de outubro de 2011

MHCMC x Claudia e Fatos que devemos saber sobre o mundo hoje


Chegamos ao ponto de transição. Se não mudarmos nossas atitudes perante o consumo, estilo de vida e modo de produção, o mundo que conhecemos hoje, que já mostra sinais de desgastado e abatido, vai ser um lugar muito difícil para nossos filhos viverem.

(intromissão)

Havia acabado de escrever a profética frase acima quando meus filhos me tiraram do meu transe jornalístico para ir ao SESC. Depois de visitar uma exposição bacana, brincar no parquinho e assistir um show de tango, algo dourado reluziu na minha frente. Era a Claudia, desse mês de outubro, comemorando os 50 anos da revista. Foi como ouro, tive que folhear. Uma matéria ganhou minha atenção, ela vislumbrava o mundo daqui a 50 anos, o mundo da mulher Claudia: resolvida, poderosa, cheia de saúde e feliz. O golpe da ironia me atingiu. Se a Claudia estava dizendo que tudo vai ser assim tão “máster super”, como eu, a mera JM para MHCMC, poderia continuar com o meu prognóstico infeliz?

Pois bem, resolvi mudar minha atitude mental. Não quero imaginar o mundo da minha filha “senhora madura” difícil de viver, quero que ela viva no mundo da Claudia, bem mais legal onde: Home office vai ser a regra. Classe C vai ditar tendências. A mulher vai ter mais participação política. Ser bissexual não vai ser mais tabu.  A mulher madura vai ser inspiração para as mais jovens. Geladeiras vão ser sustentáveis, te avisam quando faltar alguma coisa. Tecidos serão autolimpantes. Mais opções de tamanho além do P, M, G. Os cremes terão resultados mais rápidos. O desconforto pós cirurgia plástica vai ser bem menor. As TVs serão mais leves e flexíveis. Gestantes poderão ter um aparelho de ultrassom portátil e mostrar o bebê para todo mundo... Enfim, acho que os experts em tendências e especialistas em beleza, saúde, moda e consumo consultados pela Claudia são ponta firme e sabem do que estão falando.
  
Porém, alguém vai ter que fazer alguns ajustezinhos básicos aqui e agora, senão a Claudia vai ter que ser despachada para outro planeta, mais em sintonia com seu estilo de vida. E eu, uma mera mortal, se viver até a minha oitava década, vou ter que chorar as mágoas com o Wall.E (se é que você me entende).

Alguns fatos do mundo hoje (que precisam ser ajustados):

- 7 milhões de toneladas de lixo são jogadas no mar anualmente. (Onde você acha que vai parar todos os copinhos, isopor, canudinhos  que usamos?).  

- Existem 46 mil pedaços de plástico por metro quadrado de oceano. Só no Oceano Pacífico existe uma área do tamanho de duas Alemanhas completamente coberta de plástico.

-  1,5 milhões de animais marinhos morrem anualmente vitimas do lixo de forma direta. Muito mais morrem de fome devido a destruição dos ecossistemas. E muitas espécies tiveram sua capacidade reprodutiva afetada por causa da poluição.

- 40% da vida marinha foi destruída nos últimos 25 anos.  

- As cidades ocupam 2% da superfície terrestre, mas o estilo de vida por ela imposto faz com que o impacto humano seja sentido em 85% da superfície do planeta.

- Nos últimos 30 anos, consumimos 1/3 dos recursos naturais da Terra. (Será que vai sobrar alguma coisa daqui a 50 anos?).

- Na floresta amazônica, 2 mil árvores são cortadas por minuto. (Já comecei a chorar). 

- Nós precisaríamos dos recursos naturais de 3 a 5 planetas para que o restante do mundo consuma como os norte-americanos. (Não é isso que a China, a Índia e o Brasil almejam? Consumir não é igual a qualidade de vida. Educação sim).

- Os EUA correspondem a 5% da população mundial, mas consomem 30% de todos os recursos.

- Mais de 80 mil substâncias químicas sintéticas são usadas no mercado. A grande maioria são tóxicas, desreguladoras do sistema endócrino, do sistema reprodutivo e cancerígenas.

- A camada de ozônio (O3) continua crescendo em consequência da atividade humana. Hoje, o buraco está do tamanho dos Estados Unidos. Mas isso pode ser revertido. Sem a camada de ozônio filtrando os raios do sol, a vida aqui na terra seria impossível. (Evite usar produtos em aerosóis como desodorantes, sprays de cabelo e de limpeza, o CFC encontrados nesses produtos é um dos principais agressores ao O3). 

- Cerca de 500 substâncias químicas, como agrotóxicos, pesticidas e fertilizantes, são utilizados na indústria agropecuária. Essa pratica contribui diretamente para a diminuição do ozônio na estratosfera. (Opte pelos orgânicos).

- Diariamente são consumidas 60 milhões de garrafas plásticas. (Leve sempre a sua de vidro ou aço inoxidável).

 - São necessárias 500 mil árvores para se produzir o New York Times de um único domingo. (Economize papel de todas as maneiras possíveis. Use até o último espaço, frente e verso, opte pelos reciclados. Faça seus livros circularem, freqüente a biblioteca municipal. Reutilize papel de presente...)

- Um bebê gasta em média 3.800 fraldas em 2 anos e meio de vida (4 fraldas por dia). Só nos EUA 18 bilhões de fraldas são descartadas por ano. (Para quem usa fralda de pano, meu respeito e admiração).  

Tem mais, muito mais, mas eu acho que o citado acima dá um panorama da situação em que nós metemos. Seria muito legal se todas vocês refletissem e dividissem idéias de como poderíamos diminuir o impacto humano sobre sobre o planeta Terra. Adoraria saber o que você acha e se já faz alguma coisa nesse sentido. Eu acredito que toda e qualquer atitude é valida, desde deixar de comprar uma garrafinha de água, ou assinar um abaixo assinado a plantar 100 árvores e abolir o uso de isopores e sacos plásticos no seu estabelecimento comercial.  

Um dos itens da Claudia que eu achei pertinente é o que diz: “As meninas de hoje, serão mulheres que cuidarão da natureza no piloto automático”. Essa mulher tem que existir hoje.     

Fontes:
“Planet Hero – 365 Ways to Save the Earth”, por Lauren Wechster Horn

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As sacolas da minha vida

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

FVM: Jogo de boliche reciclado

Faça Você Mesma é uma sessão do blog que estou inaugurando hoje. Adoro trabalhos manuais, então nada melhor que essas páginas para dividir minhas idéias. O objetivo principal vai ser criar sem gastar. Os materiais vão ser sempre coisas que iriam para o lixo: potes, garrafas, caixas, retalhos, etc. Uma maneira gostosa de incentivar a criatividade nas crianças e aplicar os 3Rs nas nossas vidas:
Reduzir, Reutilizar e Reciclar
Materiais:

10 garrafas de leite. Eu sempre levo essas garrafas do leite orgânico Caipirinha para reciclar. Já tentei devolver para reutilizarem, mas por questões sanitárias não é possível. Lembra antigamente quando os litros eram de vidro e retornáveis? Alternativas: caixa de leite, garrafa de refri, lata de cerveja...

AdesivosColoridos. Acredita que eu peguei esses no lixo!? Sou vizinha de um negócio que adesiva carros, lojas, etc. Eles  jogam os retalhos que não tem utilidade... como não??? Conversei com o dono e agora eles me entregam para doar para escolinhas e creches. Alternativa: papel de presente usado, retalhos de tecido, feltro... seja criativa! 

Música. Não tem como negar como uma boa trilha sonora é capaz de fazer o momento. No meu playlist: AdrianaCalcanhotto, "Paratimpim" e Pato Fu, "Música de brinquedo". As crianças adoram e eu também.

Tesoura, régua e lápis.





Uma linda assistente. Quem não tem, deve encomendar. Dá trabalho, mas vale a pena. Quem já tem uma pituca, mas ela é muito pequena para participar, deixa ela por perto para observar a oficina. É super estimulante e depois ela vai adorar derrubar os pinos que a mamãe fez.






Como fazer: Em 6 passos visuais







O resultado fica uma graça. As crianças adoram brincar de boliche no quintal, corredor de casa... enfim, uma ótima distração. Para guardar, eu coloco em uma caixa de sapato que eu também peguei no lixo devidamente adesivada. Ah, um boliche das lojas de brinquedo custa R$43,00. DIVIRTA-SE!


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domingo, 16 de outubro de 2011

Os 15 alimentos que você deve consumir orgânico

1 – Pimentão. Vermelho, verde e amarelo, não importa a cor, 80% dessa fonte excelente de cálcio, potássio e vitamina C chegam às nossas mesas contaminados por agrotóxicos.

2 – Morango. Difícil de cultivar, principalmente aqui nos trópicos, então cerca de 50 tipos de pesticidas são aplicados para evitar o ataque de fungos. O problema é que o coquetel químico é facilmente absorvido. Segundo a ANVISA, 50% dos morangos prontos para o consumo no Brasil apresentam vestígio dos venenos. Se não for orgânico eu diria: bye bye merengue!

3 – Uva. Cerca de 30 pesticidas são detectados na fruta dos deuses. Sabe aquele camadinha branca que você não consegue tirar sem destruir o cacho? 54% apresentam contaminação. Pois bem, se eu fosse você evitaria. Item para uva passa, vinho e suco de uva. Felizmente, a versão orgânica dos dois últimos já são encontradas com alguma facilidade no mercado brasileiro.

4 – Alface. A verdura mais consumida pelos brasileiros tem mais de 50 tipos de pesticidas corriqueiramente borrifados em suas folhas verdinhas. Se lavar sai? Bem, o buraco é mais embaixo. Nesse caso o solo já está contaminado e conseqüentemente a água absorvida pela planta também. 38% chegam ao seu prato com resíduos de pesticidas. Se você não achar orgânico no mercado, procure a verdura em hortas de bairro, comum em cidades do interior, onde as práticas de cultivo são bem menos agressivas.

5 – Tomate. Esse fruto não está na lista do órgão Americano nos teste de 2011. No entanto, por vários anos esteve no topo da lista. O que aconteceu? Especialistas acreditam que de tanto ser atacado na mídia, os produtores resolveram maneirar no uso de produtos químicos e reconquistar o consumidor, também não é a toa que o tomate orgânico é um dos produtos mais consumidos nos EUA. Já aqui no Brasil a coisa está feia, 35% dos tomates consumidos são contaminados. Vários agrotóxicos são borrifados e até injetados nos tomates e o que é pior, alguns pesticidas banidos pelo ministério da agricultura pelo seu alto risco a saúde humana são utilizados nas plantações. Tem alguém pra fiscalizar!? Exija orgânico. 

6 – Maçã. Mais de 40 tipos diferentes de pesticidas são encontrados na fruta para evitar fungos e insetos. Parece mais a maçã da bruxa da branca de neve. Se você não encontrar maçãs orgânicas com facilidade, não vacile e sempre descasque a fruta antes de consumir.

7 – Batata. Hááááááá, já estou ouvindo os gritos de desespero. Detonar a comida favorita de 10 entre 10 brasileiros com 35 tipos de pesticidas é um crime. Fritar não vai mudar muita coisa, o coquetel também vai estar na estrutura do tubérculo. Encontrar batata orgânica por aqui não é tarefa fácil, portanto ao menos sempre descasque antes de cozinhar para reduzir o nível de contaminação.  

8 – Pêssego e Nectarina. Assim como o morango essas frutas estão carregadas com até 60 tipos diferentes de agrotóxicos. Há alguns anos atrás fui parar no hospital com uma alergia severa depois de consumir um pêssego. Desde então ignoro uma das minhas frutas favoritas, mas se for orgânica, nhac!

9 – Leite e derivados. Como assim? Ninguém dá pesticida para vaca beber, mas quase. As vaquinhas da indústria leiteira são constantemente tratadas com antibióticos. O uso do hormônio do crescimento sintético BGH é corriqueiro (com riscos comprovados a saúde humana). E cada vez mais a vida em pastos verdejantes está ficando para traz, elas ficam encarceradas e são alimentadas com milho e soja transgênicos carregados em pesticidas.  O leite resultante dessa alquimia do mal é o que você consome na caixinha acrescido de mais alguns conservantes para durar até um ano fora da geladeira. E eu te pergunto, será que isso é leite? Ah, o popular leite fresco “Xandô” também tem BGH. 
Solução? Difícil, já que os supermercados tradicionais não estão preparados para fornecer o leite orgânico, que estraga com facilidade e tem prazo de validade curto. Mas eu vou deixar aqui o telefone do Sitio Caipirinha em Botucatu, SP. Eles produzem leite orgânico e derivados que são extraordinários. Ligue e descubra se eles atendem a sua região. Tel: (14) 38817542

10 – Soja. Nos últimos anos a soja conquistou o posto de super alimento e conquistou a preferência de consumidores veganos e adeptos da alimentação saudável. O problema da soja reside no fato de que, hoje, 90% da soja cultivada no Brasil ser transgênica, o que significa que ela é resistente ao uso do Roundup (um agrotóxico poderoso é altamente perigoso para a saúde humana), que é amplamente utilizado nessa lavoura. E tem mais, a soja transgênica não apresenta diversidade biológica e conseqüentemente baixo valor nutricional. Como essa é uma “aberração” recente (últimos 10 anos nos EUA e 6 anos no Brasil), ainda não se sabe quais são as conseqüências para a saúde humana. Oooh! Você não sabe o que vai dar para as crianças para substituir o suco de soja? Opte por sucos de frutas naturais: maracujá, manga, abacaxi...

11 – Milho. A semente transgênica do milho também dominou. Então tudo o que foi dito acima, idem. Você já notou como os salgadinhos como Fandangos, Cheetos entre outros vêm escrito na embalagem: milho geneticamente modificado?

12- Arroz.  Por ser o alimento mais consumido na dieta dos brasileiros, a ingestão de resíduos de pesticidas veiculadas ao arroz são enormes. Já existem várias opções do produto orgânicos nos grandes supermercados como Blue Ville, Tio João, Volkmann, Fazenda entre outras.  Vale à pena conferir.

13 – Café. O nosso santo cafezinho de todo dia também é vitima do uso indiscriminado de pesticidas. Como a oferta de café orgânico já é uma realidade no mercado, opte pelo saudável. Algumas marcas: Cia Orgânica, Native e Morro Grande.

14 – Açúcar. Pelas razões as essas alturas óbvias, opte pelo orgânico e menos processado como o demerara e mascavo. Native é a marca mais encontrada nos supermercados, mas até o açúcar União está dando passos em direção a essa tendência. É o consumidor que manda.

15 – Feijão. Em setembro desse ano, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança aprovou o cultivo e a comercialização do feijão transgênico. Que medo, não?! O produto deve começar a entrar no mercado daqui há 2 ou 3 anos. Pelas razões que vocês já devem estar familiarizados se consegui ler esse post até aqui, já existe muita gente contra essa medida e muita água ainda vai rolar, assim espero. Vamos juntos dizer não ao feijão transgênico e a melhor maneira é aumentar o consumo de feijão orgânico, afinal queremos exatamente o oposto.

Obs.: Essa lista foi baseada, em parte, na realidade do mercado americano, onde anualmente vários alimentos são testados pela Environmental Working Group. E parte, pelos testes  realizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Fiz um bem bolado e adaptei a lista para a realidade brasileira, considerando o grau de toxidade que chega a mesa do consumidor, os produtos mais consumidos e a disponibilidade da alternativa orgânica no mercado.
Outro fator a considerar é que no Brasil, a variedade de pesticidas não é tão extensa como no mercado dos EUA. No entanto, o uso de pesticidas só está crescendo. O cerco aperta no hemisfério norte contra esses químicos e eles vêm despejar a porcaria por aqui. Pequenos agricultores que faziam uso de agrotóxicos por causa do custo, com o aumento da oferta, agora fazem por pura ignorância. Além do que, com a baixa fiscalização, agricultores fazem uso de agrotóxicos banidos e muitas vezes não esperam o tempo de carência do produto antes de enviar as frutas e verduras para o consumidor, aumentando o grau de toxidade.

Para ajudar na hora de consumir produtos orgânicos:
http://www.nativealimentos.com.br – info produtos Native
http://www.maeterra.com.br – info produtos Mãe Terra
http://www.ecobiosaude.com.br – loja online
http://www.bioeorganicos.com.br – loja online
http://www.prefiraorganicos.com.br – site do ministério da agricultura
http://www.mst.org.br/producao-de-arroz-organico-coopat - legal de saber

Fontes:
http://www.thedailygreen.com/healthy-eating/eat-safe/Dirty-Dozen-Foods?click=smart&kw=ist&src=smart&mag=TDG&link=#fbIndex1 
http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2011/09/15/brasil-aprova-uso-de-feijao-transgenico-925362452.asp#ixzz1arOJThgQ http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/1058/os_10_alimentos_mais_contaminados_por_agrotoxicos/
http://www.terra.com.br/reporterterra/transgenicos/soja_brasil.htm

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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Conecte seus filhos…

“Todos os males do ser humano, guerras, infelicidade, doenças, vem da incapacidade de se conectar com a natureza.” Billy Waldman   
Essa não é uma listinha bacana de games, dvds, jogos na internet e programas de televisão para entreter a garotada. Desejo muito que seus filhos se conectem... com a NATUREZA.

Descubra uma floresta...
Nade em um riacho...
Visite os bichos...
Coloque o pé na areia...
Coloque o pé no barro...
Tome um banho de cachoeira...
Suba em uma árvore...
Plante...
Cheire uma flor...
Caminhe até o mar.
 Fotos: JM / MariVerani / BW

domingo, 9 de outubro de 2011

Maternidade: Por que ninguém me disse isso antes?

“Vou abalar o seu mundo”
camiseta Santa Paciência do meu filho.

Um dos detalhes fascinantes de uma gravidez e que ela sempre será cheia de surpresas: boas e ruins. Não importa se é a sua primeira, segunda, ou terceira, uma nunca e igual à outra. Você pode ter lido inúmeros livros, visitado todos os blogs e conversado com todas as amigas que já colocaram a mão na massa. A sensação que você vai ter depois de engravidar, ver a barriga crescer, dar a luz, amamentar o seu filhote vai ser de que tudo e todas esconderam algo extremamente essencial. Para algumas a pergunta aparece logo no primeiro trimestre. Para outras vai pipocar na primeira tentativa de acertar uma colherada na boca do bebê. Tem aquelas que só vão se questionar quando os filhos entram na pré-adolescência. Não importa em que estágio da jornada você esteja, você vai querer saber: por que ninguém me disse isso antes?

A verdade nua e crua e de que nenhuma mulher esta realmente preparada para a maternidade. E ninguém pega a nossa mão, olha nos nossos olhos e diz: se vira, agora e com você, só você. Por mais que a turma esteja toda em volta: marido, parentes e amigos, essa jornada e exclusivamente sua. Você vai deixar o seu ser independente, livre e egocêntrico de um lado da porta, para do outro se reencontrar. Uma você meio heroína e meio louca. Uma você extremamente apaixonada. Você vai se reinventar e às vezes, muitas vezes, ressentir as inúmeras perdas. Perda da forma física pre-maternidade, das noites de sono profundo, das noitadas, do café e revistas com as amigas, do sexo casual, do sexo animal, da carreira que esta ficando para depois; simplesmente a perda de você livre, leve e solta.

O simples ato de sair para jantar em um restaurante nunca mais vai ser o mesmo. Se você tem com quem deixar o bebê, o seu corpo vai, o coração fica e antes do segundo prato chegar você já vai estar discado. E nenhum assunto vai ganhar a sua devida atenção, a não ser e claro, os feitos do seu baixinho. E se esse mesmo baixinho te acompanhar para jantar, ai a dinâmica vira um circo. Onde parar o carrinho, o bebê vai querer mamar, o bebê vai chorar. E quando você menos esperar vai estar com o decotão abaixado, amamentando o seu pequeno no meio de um restaurante lotado, enquanto belisca aquilo que alguém colocou no seu prato. 

E deitar em uma canga e tomar sol na praia, esquece. Se você tiver a sorte de fazer o bebê dormir debaixo de uma sombrinha gostosa, a euforia vai ser tanta. Será que nado, dou uma caminhada, vou buscar uma água de coco ou tomo sol? Ai você estrategiza, algo que você já tira de letra, e resolve dar a caminhada e enquanto caminha, toma sol e durante o percurso passa na barraca da água de coco e na volta, quando você está pronta para dar o pulo na água, o alguém, que ficou de olho no seu fofinho, já vai estar chamando porque o bebê não para de chorar. Enfim, a vida muda.

Entretanto, mais do que as mudanças do dia-a-dia, a sua moral vai mudar, seu discurso, seu papo-cabeça, sua filosofia de vida. Seu espírito vai dar uma chacoalhada. Como se derrepende alguém deletasse o seu windows XP e você tivesse que reinstalar o windows 7. O computador vai ser o mesmo, mais o sistema operacional, apesar de ter a mesma finalidade e origem, vai ter um design diferente, novas funções e capacidades. Essa e a nova você, com um novo sistema operacional. Bem vinda a maternidade!


As adoráveis ilustrações são da: http://www.janamagalhaes.com/

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